Moção contra a precariedade/ pela estabilidade
Exmas e Exmos. deputados, presidente e vereadores,
Tratemos, senhoras e senhores
de trabalhadores, exploradores e legisladores.
Não estamos no tempo da escravatura nem da ditadura,
lutámos pelo progresso e defendemos civilizados valores.
É uma vergonha para a sociedade esta nova escravatura.
No art.º 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
todos têm direito ao trabalho em equitativas condições,
mas é esquecido por políticos ao serviço de ideais desumanos,
que atacam os direitos de quem trabalha a favor de insensatos
patrões.
Explorando, espezinhando os direitos
a recibos verdes, estagiários, bolseiros,
programas abusados para desempregados,
falsos outsourcings e contratos descartados,
são manobras injustas e que em nada dignifica.
Seriedade, justiça e mérito o que é que significa?
O precário sente a angústia de um futuro indefinido,
Sente o vazio distante e frio de não ser reconhecido.
Trabalham e cumprem como os outros
e são responsabilizados como essoutros.
Sem subsídios, sem férias e sem desconto,
uma vida traída, uma família adiada;
um projeto, uma profissão protelada.
Contra esta espécie de escravatura
é necessária uma nova legislação,
que dê alento a uma geração futura
e que cumpra o desígnio de Abril em revolução.
No combate à precariedade é urgente a efetividade,
ninguém fique para trás na estabilidade no privado e no Estado.
E nas Câmaras também há precariedade!
Se não lutarmos contra este tipo de desregramento instalado,
no futuro seremos todos meros precários até na mentalidade!
E por fim, em moção: A Assembleia Municipal de Santarém aprova/ para que no
Estado e nas Autarquias haja da precariedade regularização/ que ninguém fique para
trás sem laboral e estável solução/ e que a lei se faça/ e dela acção/ com Comissões
Paritárias do Estado ou das Câmaras e dos Sindicatos representação/ e que da
precariedade se faça estabilidade.
Santarém, 24 de fevereiro de 2017
O deputado municipal do Bloco de Esquerda
Vítor Franco