Bloco de Esquerda não compreende posição da Câmara Municipal sobre tauromaquia

Na passa segunda-feira, dia 23 de novembro, foi aprovada uma moção, por todo o executivo PSD,  intitulada “Pela Liberdade de acesso aos Espetáculos de Cultura Popular Portuguesa”, que visa considerar a “Tauromaquia como dinamizador cultural, económico e social da região”. A moção contém igualmente referência à visualização destes eventos por menores: “Proibir os menores de dezoito anos de assistirem e participarem em espetáculos taurinos é querer apagar da memória das novas gerações uma parte da história e Cultura Popular Portuguesa”.

A coordenadora concelhia do Bloco de Esquerda de Santarém discorda totalmente do conteúdo desta moção. Consideramos que as atividades tauromáquicas devem tender para o desaparecimento, como fruto da evolução do pensamento humano e que se deve procurar a concretização do bem-estar animal. É do conhecimento de todos que as touradas causam imenso sofrimento tanto aos touros como aos cavalos.  No entender da concelhia do Bloco de Esquerda de Santarém, um executivo municipal tem a responsabilidade de garantir o bem-estar animal  assim como de sensibilizar a população para uma relação diferente com todos os animais, no sentido positivo.

Pelo contrário, o executivo PSD  opta pela seguinte via:

  1. Financiar com dinheiro dos contribuintes esta atividade;
  2. Incentivar de todas as formas possíveis esta atividade (como é exemplo esta moção);
  3. Ignorar a contestação social que tem havido contra as touradas em Santarém (quatro manifestações nos últimos dois anos) e no resto do país;
  4. Desinvestir na cultura local, nos artistas da região, sejam ligados ao teatro, à música, à pintura, à dança e a outras atividades culturais, que tantas dificuldades passam nesta altura de pandemia, e que não tiveram qualquer tipo de apoio por parte do executivo

 

Finalmente, num relatório escrito pelo Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas em 2019, foi recomendado ao nosso país que interditasse a presença de menores em atividades tauromáquicas: “recomenda que o Estado Parte estabeleça a idade mínima para participação e assistência em touradas e largadas de touros, inclusive em escolas de toureio, em 18 anos, sem exceção, e sensibilize os funcionários do Estado, a imprensa e a população em geral sobre efeitos negativos nas crianças, inclusive como espectadores, da violência associada às touradas e largadas”.