Assembleia Municipal Santarém chumbou medidas de apoio às famílias

Votos contra do PSD, PS, CDS, Chega e abstenção da CDU chumbam recomendação para implementação da Tarifa Social da Água automática e do Fundo Municipal de Emergência Social. 

Com votos contra do PSD, PS, CDS, Chega e abstenção da CDU, a Assembleia Municipal de Santarém chumbou as 10 propostas do Bloco de Esquerda que visavam apoiar as famílias e empresas do concelho de Santarém.

Os partidos que governam a Câmara Municipal de Santarém, PSD e PS, escusaram-se a aceitar a realidade social, em que as famílias e empresas vivem com dificuldades crescentes, com os sucessivos aumentos dos custos de vida e a consequente perdas de rendimentos e poder de compra.

Apesar da deputada municipal do BE, Filipa Filipe, ter sublinhado que a proposta apresentada pretendia iniciar a discussão sobre a atuação do município sobre a forma como enfrentaria a atual crise económica, PSD e PS refugiaram-se no hipotético custo que os apoios sociais representam para continuarem a ignorar os impactos socio-económicos da espiral inflacionista.

Recorde-se que o Bloco de Esquerda elencou um pacote de medidas que incluíam a alteração aos subsídios de arrendamento, a criação de apoios a famílias com créditos bancários e a estudantes universitários, o congelamento das rendas municipais e a baixa de impostos municipais.

Outros sinais preocupantes de que a Assembleia Municipal de Santarém e o executivo municipal PSD-PS não pretendem reconhecer a emergência social em que vivemos, prendem-se com a recusa em acolher duas medidas da mais elementar justiça económica, também contempladas no pacote bloquista: a adoção da tarifa social da água automática e a implementação do Fundo Social de Emergência. Esta última foi, aliás, aprovada em Assembleia Municipal em 2021, depois de proposta pelo BE. Porém, a autarquia tem ignorado a recomendação daquele órgão municipal até aos dias de hoje e tudo indica que assim se manterá.