Bloco de Esquerda questiona Ministério do Ambiente sobre toxinas no Rio Tejo

Os bloquistas querem saber se o Ministério do Ambiente tinha conhecimento da situação, que medidas vai tomar e se pediu explicações aos congéneres espanhóis.

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda interpelou o governo por causa do "bloom de algas" detetado no Rio Tejo, no final de julho passado. Os bloquistas querem saber se o Ministério do Ambiente tinha conhecimento da situação, que medidas vai tomar e se pediu explicações aos congéneres espanhóis.

O BE aponta que a contaminação por cianobactérias foi primeiramente detetada na Barragem de Alcântara, a 26 de junho, e mais tarde no Rio Tejo, em Vila Velha de Ródão. O partido alertou que "quando há alta concentração de cianotoxinas surgem consequências para os sistemas ecológicos aquáticos", podendo mesmo "vir a ocorrer episódios invulgares de mortandade de peixes e outros animais". Segundo o documento enviado pelos bloquistas, o caso poderia tornar-se "caso de saúde pública", caso "estas toxinas se apresentem nas águas captadas para abastecimentos domésticos, ou em espaços utilizados para a prática da pesca ou outras atividades humanas".

O Bloco de Esquerda lamentou, ainda "a carente e inexistente ação governamental neste domínio", o que considera ser "um contributo decisivo para a morte lenta do Rio Tejo". Os bloquistas acrescentam que "o governo, suportado pela maioria absoluta do PS, não tem contribuído para a melhoria das condições ecológicas e ambientais", reiterando que "à medida que os anos passam, torna-se mais evidente que o rio, as populações e a economia estão a ser votados ao esquecimento, de modo a favorecer as aspirações e lucros do setor energético". O BE conclui que "os sucessivos incumprimentos da Convenção de Albufeira e da Diretiva Quadro de Água são habituais e são a face mais visível desse posicionamento político do governo português".